A transição capilar envolve muitos desafios. Para algumas mulheres abandonar o uso de relaxamentos e progressivas que aconteceu durante anos é o problema inicial. Lidar com a diferença de texturas quando o cabelo natural começa a crescer é outro momento complicado para algumas de nós. Não são raros os depoimentos postados em grupos de crespas e cacheadas no Facebook que confessam um estado de baixa estima influenciado pelo desajuste com o próprio cabelo.
Como se não bastasse, muitas mulheres enfrentam também a crítica de colegas, amigos, do grupo familiar e ainda pior: não encontram o apoio que precisam nem mesmo nos companheiros com quem se relacionam.
Nos grupos que acompanho, muitas mulheres falam sobre uma resistência masculina justificada pela preferência do cabelo longo. A ideia de que o cabelo comprido é mais bonito e mais sensual aparece recorrentemente. As justificativas dadas por esses homens para serem contra a transição capilar apelam ainda pela preferência pelo cabelo liso em detrimento do cacheado/crespo.
Com tudo isso, essas mulheres são forçadas a colocar na balança um relacionamento (às vezes bem longo) e a vontade de fazer a transição. Muitas consideram o fato de que conheceram o companheiro quando ainda tinham o cabelo liso e que por isso, ele está “acostumado” com esse visual. Num cenário de baixa autoestima causada pelas constantes críticas, pela pressão psicológica e pelo medo do abandono, muitas mulheres desistem.
Dito tudo isso, convido todas as leitoras e leitores para refletir sobre relacionamento amoroso e transição capilar. Partiremos considerando em primeiro lugar que o relacionamento amoroso não precisa nos inscrever num lugar específico, cerceado e imutável. Iniciar um namoro gostando de assistir filmes de comédia e dois anos depois preferir assistir ficção científica é perfeitamente possível. Do mesmo modo, começar a namorar usando o cabelo longo e mudar o corte para variar também é uma possibilidade. Conforme essa lógica, usar o cabelo natural não seria algo problemático.
Mas aí entram outros fatores que nos colocam de volta ao ponto de partida dessa postagem: a transição capilar envolve certos desafios. E se é para discutir tudo isso, vamos colocar tudo em pratos limpos: muitas pessoas são influenciadas pela ideia racista de que o cabelo crespo/cacheado não é belo nem aceitável.
“Pra que você você vai fazer isso? Vai querer ficar com o cabelo de neguinha da África?”
(Um dos absurdos que ouvi quando decidi entrar em transição)
Acredito que o fato de que um homem branco/pardo esteja se relacionando com uma mulher parda/preta não impede que ele em algum momento seja racista. O racismo vai muito além de chamar alguém de “macaco”, de considerar alguém inferior ou menos capaz em função de sua cor, de impedir que alguém de participar de determinados espaços por ser negro/negra. Se esse homem diz que só vai continuar o relacionamento se ela alisar e desistir de usar o cabelo “duro”, também estará cometendo um ato influenciado por uma crença racista.
Segundo ponto importante: levados por uma lógica machista disseminada e diluída no senso comum, outras tantas pessoas tendem a acreditar que as mulheres precisam buscar necessariamente aquilo que os homens gostam. Me digam aí, quantos textos em revistas, sites ou chamadas em programas televisivos vocês já ouviram com o seguinte tema: “pesquisa sobre a preferência masculina”. Eu poderia listar vários exemplos e posso garantir que essas pesquisas sobre a opinião masculina são mais frequentes do que aquelas que pretendem investigar a preferência feminina.
Evidentemente, ninguém quer viver só e às vezes até ficamos curiosos para saber como essas preferências têm sofrido mudanças. Entretanto, a coisa se torna um problema a partir do momento em que cria uma necessidade de adequação aos padrões de preferência masculina para garantir a conquista de um companheiro amoroso.
“Você não vai arrumar namorado com esse cabelo”
A frase acima é velha conhecida de muitas mulheres que passaram pela transição. Aparentemente, alguns acreditam que o uso do cabelo curto e/ou o cabelo crespo/cacheado exclui as mulheres do “jogo da sedução”, tornando-as menos desejáveis que as demais. O que está bem longe de ser verdade. Mal sabem eles o quanto o cabelo natural podem fazer com que muitas de nós se sintam mais bonitas e ainda mais confiantes!
É certo que alguns homens se opõem à mudança de suas companheiras porque não compreendem a importância desse processo. Nesse caso, uma boa conversa pode resolver a questão. Num relacionamento em que existe respeito e admiração por qualidades que vão além do visual um do outro, dá pra tirar isso de letra. E a notícia boa é que algumas mulheres têm encontrado no namorado/marido o apoio que precisam para fazer a transição.
Quisera eu que fosse assim para todas as mulheres e que o relacionamento não fosse motivo de sofrimento para elas! Mas não é bem assim que a coisa tem se configurado. Por isso é preciso atenção para perceber até que ponto a oposição de amigos, familiares – e principalmente a oposição do companheiro – é uma questão de “gosto”/ignorância e quando essas atitudes refletem uma posição racista, machista, autoritária, abusiva e negativa que fere a autonomia sobre nosso cabelo e nosso corpo.
Além de cabelos naturais e saudáveis, um dos maiores legados deixados pela transição é a possibilidade de empoderar cada vez mais as mulheres que passam por ela.
Blog Comments
Gabriela Costa Carvalho
25 de abril de 2015 at 08:43
Amo quando o Cacheia trata de racismo e machismo, e do quanto estamos condicionadas a agradar à todos,menos nós mesmas.
Eu nunca tive um relacionamento e tinha medo de que a transição deixasse minha auto estima ainda mais ferida, mas tem sido um processo muito valioso e que tem me mostrado o quão diferente eu posso ser e quanto dá pra crescer. Me dói muito ver as meninas nos fóruns, penteando e texturizando cabelos enormes, porque os maridos pensam que elas vão “ficar parecendo um homem” ou “ficar com o cabelo duro”. Na hora, a gente até diz “você é mais do que seu cabelo, faça o que te deixa feliz”. Mas não é fácil passar por um processo assim sem apoios e nem elogios, especialmente das pessoas que a gente ama. Parabéns pelo post, precisamos de mais discussões que empoderem à todas nós, especialmente as mulheres negras.
Maressa De Sousa
25 de abril de 2015 at 20:25
Muito obrigada Gabriela! <3
Caio Jardim
27 de abril de 2015 at 09:59
Arrasa Maressa! Ótimo texto. Você é demais, toda empoderada ♥
Te adoro, amiga.
Maressa De Sousa
27 de abril de 2015 at 13:32
Obrigada amoreee <3
Ana vitória
14 de julho de 2015 at 20:09
Olá tudo bem ? Amei seu texto teve algumas coisas que eu estava precisando ler por esta com o astral lá no fundo do poço por conta da minha transição ! Gostei msm!! Gostaria de saber se você tem alguma página no face para eu curtir … estou louca com esse processo e preciso de ajuda de alguém que realmente Entendenda do assunto para me ajudar !!!!
Maressa De Sousa
14 de julho de 2015 at 21:18
Oi Ana Vitória, tudo bem?
Temos página no Facebook sim: https://www.facebook.com/blogcacheia
Temos instagram também @blogcacheia
Se tiver alguma dúvida ou precisar conversar pode mandar inbox lá na página do Facebook, tudo bem?
Abraços!
Anya
27 de abril de 2015 at 12:05
Gostei bastante da matéria, mas preto é cor e preta creio ser substantivo da primeira.
Acho que ficaria mais adequado o termo negro/negra.
Maressa De Sousa
27 de abril de 2015 at 13:28
Oi Anya! Tudo bem? Eu geralmente uso tanto “negra” quanto “preta” para me descrever mas tenho preferência pelo segundo termo. Para descrever a população brasileira o Censo Demográfico pergunta por cor/raça usando o termo “Preta”. Eu tenho consciência de que há também uma discussão importante sobre o peso que a palavra “negro” recebeu ao longo do tempo. De todo modo fiz a alteração sugerida e independente dessas questões, espero ter conseguido transmitir a mensagem que gostaria. Muito obrigada pelo seu comentário! :)
Renata
29 de abril de 2015 at 19:32
Excelente texto! Eu tive apoio da família e do marido, na época namorado. depois de cortar o cabelo de várias formas durante 1 ano, resolvi parar de fazer progressiva. E nem sofri com a transição, o cabelo ficava estranho e em pouco tempo cortei curto pra tirar o resto da química. Dá trabalho cuidar do cabelo mas a versatilidade e a naturalidade não tem preço!
Maressa De Sousa
29 de abril de 2015 at 23:21
Oi Renata! Tudo bem?
Também acabei cortando o cabelo curtinho em pouco tempo, então o momento de transição mesmo durou alguns meses. Depois foi aquela fase de adaptação, experimentação e descoberta, que é muito boa! É ótimo contar com pessoas que a gente gosta nesse percurso. Apesar da resistência de algumas pessoas mais próximas, consegui completar minha transição e nisso os grupos e canais de cacheadas/crepas no facebook e youtube ajudaram bastante! Muito obrigada pelo comentário!
Camila Lima
30 de abril de 2015 at 16:38
Meninas!!!!
Quando eu conheci meu esposo eu não aceitava os cachos… fazia aqueles relaxamentos de 3 meses e sempre fazia escova + prancha…
Ele só foi descobrir o liso “fake” quando eu mostrei fotos antigas e viu pra crer meu dilema de alisada quando ia passar o fds na casa dele ou viajar (banho de mar e banho juntos, entrega logo as madeixas alisadas).
A pouco mais de um ano resolvi entrar em transição e ele super me apoiou. Eu disse que ia parar de alisar e ele curtiu, disse que tinha curiosidade de me ver cacheada e disse “UM CACHO BEM CUIDADO É MAIS BONITO QUE UM LISO FALSO!” Quase morri de alegria… Logo no 6º mês decidi fazer b.c e ele novamente me apoiou, disse que achava lindo cabelo longo, mas que se precisava passar por isso então que passe logo e ainda afirmou que nós dois íamos aprender a curtir o visual curtinho.
Eu as vezes acordo num “bad day” e digo que vou alisar e colocar aplique pq odeio quando esse cabelo não me obedece e já enjoei do curto. E ele calmamente diz… Ta linda… nada de alisar, nada de apliques… ele vai crescer.. ele vai voltar a ser como antes e seus cachos vão ficar como devem ser.
Ele super me apoia hidratar, (em casa ou no salão) sempre me lembra de renovar meu estoque de produtos pra cacheadas (e pasmem, tem paciência de esperar eu escolher tudo) é um parceirão.
Enfim.. meu relato é pra dizer que tive força pra dar o primeiro passo.. e que mantenho a força com ajuda do maridão.
Bjus de uma cacheada.
Maressa De Sousa
1 de maio de 2015 at 21:56
Que coisa boa Camila! <3 É maravilhoso ter o apoio de quem a gente gosta e quem nos quer bem de verdade! Obrigada pelo comentário!
Ingrid Novaes
4 de maio de 2015 at 20:18
Como eu gosto de ler textoS que envolvem esse assunto.
Estou em transição capilar à cinco meses e desde quando a raiz começou à crescer comecei a escutar piadinhas como: “Não vai arrumar mais o cabelo?”. Porém em contrapartida, com as piadinhas de mal gosto, ganhei um apoio enorme do meu noivo. Posso dizer que antes que eu sonhasse com minhas madeixas novamente cacheadas ele já sonhava rs.
Ainda não abandonei a chapa, mas não me sinto escrava dela como antes, e o apoio dele faz toda a diferença!
Viva aos meu cachos que estão voltado :D.
Maressa De Sousa
4 de maio de 2015 at 21:08
Oi Ingrid! Infelizmente durante a transição a gente acaba escutando coisas terríveis, às vezes vindas de pessoas que a gente nem imaginava. Sobre a chapinha keep calm, em breve você vai estar livre disso também \o/ Eu sei que muitas meninas se sentem mais confortáveis passando pela transição com ela, com babyliss, com tranças ou com megahair. Essa é uma escolha pessoal. O importante é fazer tudo no tempo que você julgar que está realmente preparada. Assim o processo fica bem menos traumático :) Fico muito feliz de ler relatos positivos sobre o relacionamento amoroso e a transição capilar de muitas meninas aqui no blog, porque nos grupos que participo me deparei com muita coisa triste :/ Obrigada pelo comentário e boa sorte na transição!
Camila
9 de maio de 2015 at 13:32
Fiquei sem note por um tempo e quando volto, dou de cara com a nova colaboradora Maressa. Meus parabéns pela postagem e seja muito bem vida rsrs :)
Já estou há 10 meses em transição sem por química alguma. Meu noivo sempre me apoiou a deixar a química, aliás foi o incentivador rsrs Por que nossa é muita nutrição, hidratação, creme, gel para modelar a parte alisada… Mais breve isso vai ter fim. Em dezembro desse ano acredito que faço o big chop de uma vez por toda , tirando o restante de quimica que tem nos cabelos. Já a minha mãe reclamava que eu usava quimica e que o ideal era somente dá escova. Para mim dá no mesmo kkk, pois escova direto acaba mudando a estrutura do cabelo. Vez ou outra reclama que meu cabelo ta feio , que nao gosta dele cacheado e eu respondo firmemente. Mãe me aceita do jeito que eu sou! E ai ela sorri, meio que concordando kkk. Mais já vi um relato de uma moça que nem estavam em transição, simplesmente quis mudar de visual e o relacionamento acabou, pq o outro não gostava de cabelo curto. No final, o cabelo da moça foi crescendo, nesse meio tempo encontrou outra pessoa e o outro hoje vê a burrada que cometeu, por uma coisa tão fútil que cresce que nem capim kkkkk TOMA!
Maressa De Sousa
10 de maio de 2015 at 16:29
Oi Camila! Tudo bem? Casos como esse que você contou acontecem muito. Eu sempre fico pensando no modo como as pessoas estão dispostas a abrir mão de um relacionamento bacana em função de coisas assim. Cabelo cresce rápido e não vale a pena sofrer por isso. E essas mudanças são tão bem-vindas, fazem tão bem! Boa sorte no seu bc, tenho certeza que vai ser um momento ótimo <3 Depois de fazer você vai poder relaxar um pouquinho e sofrer menos com a finalização. Aí é só curtir os cachinhos \o/ Obrigada pelo carinho! Beijos!
Anamaria
12 de maio de 2015 at 13:39
Fico feliz e orgulhosa em dizer que se hoje sou uma cacheada com muito orgulho, meu marido ( na época namorado) foi o meu maior incentivador! Logo ele que havia saído de um relacionamento com uma loira, de cabelo liso e baixinha (tudo o que eu achava que deveria ser para ser aceita e feliz) e que eu achava que seria o primeiro a me desincentivar. Ele me mostrou que eu poderia ser linda de qualquer jeito mas mais ainda quando me aceitasse. Que é muito melhor e mais bonito melhorar o que já existe e identificar seus pontos fortes que tentar ser outra pessoa! Desejo que todas as cacheadas encontrem alguém como eu encontrei!
Maressa De Sousa
12 de maio de 2015 at 17:34
Que amooor <3 é isso aí Anamaria!
Nathália
16 de maio de 2015 at 15:41
Lendo isso eu fico pensando o quanto o apoio é importante, estou passando pela transição sozinha e fora do Brasil, é mais fácil por um lado e mais difícil pelo outro… uma das coisas mais importantes que me aconteceu foi em um dia que meu ficante chegou antes que eu conseguisse finalizar/texturizar/bater secador no cabelo (vontade de mandar ele embora hahaha), a gente tava assistindo um filme e eu tava claramente desconfortável sabe? uma vergonha danada toda hora ajeitava, uma hora ele virou,pegou nos cachos e falou que amava meu cabelo <3 foi um gesto muito bonito e depois disso ficou bem mais leve lidar com a transição, uma simples palavra, um gesto, faz toda diferença nesse momento tão sensível…meu primeiro alisamento foi com 6 anos e é tudo muito novo pra mim e ele não faz ideia da importância daquele gesto.
Maressa De Sousa
20 de maio de 2015 at 18:39
Nossa Nathália, seu primeiro alisamento aconteceu super cedo! Imagino a mudança que você sofreu depois de enfim voltar ao natural. Eu também alisei muito nova (não tão nova quanto você, tinha uns 10 anos) e aí tinha até esquecido como era meu cabelo. O apoio de quem a gente gosta é sempre fundamental. Pra mim foi e tem sido fundamental sabe?
Abraços, obrigada pelo comentário!
Andreza Priscila
21 de maio de 2015 at 04:46
No meu caso meu namorido foi quem mais me incentivou!!!! Minha mãe ficava entre achar meu cabelo liso bonito, mas, quando via o desgaste falava que eu estava estragando meu cabelo. Um periodo depois ela já dizia que eu devia “arrumar” o cabelo, porque estava uma “farofa”(isso porque decidia usar meus cachos rs). Bom, tudo isso mudou quando conheci Eduardo, no dia em que nos conhecemos eu tinha pranchado o cabelo pois estava na transição e não queria assusta-lo porque meu cabelo estava “de mal comigo” naquele dia rsrs. No nosso segundo encontro fui com o cabelo natural porque não tive tempo de pranchar (graças a Deus!), ele me olhou de um jeito tão bonitinho, com um ar de admiração!!! E isso só foi o começo!!! Ele sempre fala que ama o xodozinho dele(meus cachos!). E desde então, cabelos pranchados nunca mais! Passei pela transição, pelo BC… E ele lá me apoiando em tudo! E triste de quem quiser tocar nos meus cachinhos! rsrsrs Ele diz logo: É tuudooo meu! rsrsrs
Nos dias que meu cabelo fica beeemmm armado ele olha e diz: Eu gosto muito deles assim S2.
Encontrei apoio em cada olhar dele e é por isso que o amo tanto! Me aceita como eu sou…
Maressa De Sousa
25 de maio de 2015 at 15:00
É engraçado essa que você falou sobre sua mãe Andreza. Isso me lembrou um pouco a minha no começo da minha transição. Quando falei que estava em transição e ia cortar o cabelo ela não gostou muito, disse que eu estava caçando jeito de “estragar” meu cabelo hahaha Acho que ela tinha muita dó de me ver cortando tudo no melhor estilo ‘joãozinho’. Mas aí cortei, to com o cabelo super natural fazem quase dois anos e adivinha? Agora ela já mudou de opinião e está em transição também <3 Sobre o seu namorido, só tenho a desejar felicidades *-* Beijos!
Andreza Priscila
27 de maio de 2015 at 02:28
Obrigada Maressa!! Desejo tudo de bom pra você tbm!!
Marcela Roque
24 de maio de 2015 at 13:29
O importante é que quando esse tipo de situação acontecer, nós continuemos nossa posição de nos manter cacheadas/crespas independente da crítica dos amigos, família e principalmente do namorado. Eu estou passando por essa situação de voltar aos cachos e meu namorado de início disse que prefere o meu cabelo liso. Eu o escutei, aceitei sua opinião e mantive meus cachos. Isso faz nós nos empoderarmos e até ser mais respeitadas porque a nossa opinião sobre coisas relacionadas a nós mesmas sempre deve vir em primeiro lugar :)
Adorei o post, nunca tinha visto textos que abordassem esse preconceito que sofremos quando decidimos nos assumir e nos aceitar como somos! :D
Maressa De Sousa
25 de maio de 2015 at 15:10
Sem dúvida Marcela! Assino em baixo de tudo que você falou! :)
Gabriela
24 de maio de 2015 at 19:36
Por isso que agradeço sempre por ter entrado em transição em um momento que estava sozinha, com uma imensa vontade de mudar tudo na minha vida. Via minhas colegas falando da dificuldade da transição por causa de um parceiro, eu ficava melhor comigo. E mudei, fiz meu bc com 4 meses de transição, mudei de cidade por causa de um concurso, e em um momento de profunda fraqueza, que estava decidida a voltar pro liso, encontrei muita gente me dizendo que eu não poderia, inclusive um amor.
Maressa De Sousa
25 de maio de 2015 at 15:08
Que bom Gabriela! Também fiz meu bc cedinho e foi ótimo! Você já está com quanto tempo de cabelo natural?
O apoio de parentes e do companheiro é importante mas acho que independente disso, a decisão de entrar em transição passa necessariamente por isso que você apontou: um desejo que é pessoal de mudar e a força que vem a partir desse objetivo. Abraços! Obrigada pelo comentario!
Driele Moreira
27 de maio de 2015 at 03:33
Bom, eu decidi parar de alisar meu cabelo, não sabia que estava entrando em transição e tão pouca conhecia um mundo que envolvia esse assunto. Simplesmente cansei de alisar, cansei de secar no secador, cansei de ver aquele cabelo feio e quebrado. E foi o que fiz, não dei mais química e em nenhum momento perguntei ao meu namorado o que ele achava ou deixava de achar, não perguntei também se ele preferia liso ou cacheado, simplesmente porque essa é uma que deve ser preferência minha e não dele. Fiquei 11 meses deixando crescer, não sabia simplesmente o que fazer, até o momento em que comecei a pesquisar sobre como voltar ao natural kkk tentando achar a solução, uma amiga me adicionou em uns grupos no face e então em menos de 1 semana, conheci uma menina que mora perto da minha casa e que disse que queria muito cortar o meu cabelo kkk sem nem pensar em como seria, em como eu cuidaria, fui na casa dela e cortei. Não me bateu nenhum desespero, só alívio por ter cortado, por ver novamente meu cabelo como ele era. Tirei foto uns dias depois e postei no face e só tive comentários positivos. Pro meu namorado mandei uma foto na noite em que cortei e ele: MOR, VOCÊ CORTOU. Quando ele me viu 1 SEMANA depois do corte, eu já tinha aprendido a finalizar ele decentemente kk Ele ficou olhando, olhando, com certo estranhamento, mas não um estranhamento ruim, só de quem tava vendo algo novo. Mas ele disse que eu estava bonita, bem diferente, mas bonita. Isso tem 1 ano e meio (2 anos e meio) e hoje ele me implora pra nunca alisar kkk Ele é quem mais ama, que adora ficar mexendo nas molinhas, sempre ta com a mão no meu cabelo, adora bagunçar ele, é só amor e elogios. Ele nunca fez um comentário negativo em relação a nada, eu podia estar de coque ou trança que ele dizia que eu estava linda, posso estar de cabelo arrumado ou só lavado e seco ao natural, que ele vai dizer o mesmo. A única coisa que ele reclama as vezes é quando prendo meu cabelo e faço aquele puff kkk ele quer ver solto, armado, com volume kkk
Enfim, só contando minha experiência e falando demais pra uma primeira vez. Mas acredito que nós mulheres devemos em primeiro lugar pensar e decidir por NÓS, fazer porque NÓS achamos bonito, porque é a nossa vontade e porque NOS agrada. Não devemos satisfação e nem pedir permissão pra nada, nós somos donas de nós mesmas, eles são nossos companheiros e não nossos donos. E como bons companheiros deveriam aceitar e respeitar nossas decisões e estar do nosso lado da maneira que for.
Maressa De Sousa
30 de maio de 2015 at 10:32
Aii que fofooo! Comigo a história foi mais ou menos assim também *-*
Sobre a parte final do seu comentário eu também concordo Driele. O relacionamento amoroso não pode passar por cima da autonomia de nenhuma mulher, não deve ser algo que sufoca. Por isso é tão importante dar ênfase à importância do respeito e da compreensão entre as partes :)
Abraços, obrigada pelo comentário!
Mariana Alves
27 de maio de 2015 at 14:52
Lendo esse texto, percebemos o quanto as pessoas que passam por essa situação, necessita de cuidado e apoio sempre. Jamais negando as suas raízes, por imposição de outros. É importante se ter esse tipo de discussão, fazendo com que mais meninas em transição não deixe de lutar pelos seus cachinhos, por mais difícil que seja. Estou passando pela transição e posso afirmar que sou grata por todas as pessoas que convivem comigo me apoiarem e isso se torna mais um incentivo! Tenho amigas também que são cacheadas e outras também que estão em transição que sempre me dão dicas ou me ajudam a não desistir! Mas já vi em outros sites opiniões machistas e racistas sobre esse tipo de processo que quando se desisti de algo, sempre haverá alguém que vai complicar e fazer de alguma forma a outra desistir. Só creio que o apoio sim, é fundamental! Mas sua autoestima em querer a mudança é muito mais forte, e você assim, vai saber lidar com diversas situações, até mesmo nos relacionamentos pessoais, porque se a pessoa ama de verdadeiramente, vai compreender todos os estágios. *-*
Maressa De Sousa
30 de maio de 2015 at 10:26
Oi Mariana! Fico muito feliz que você esteja encontrando apoio na sua transição e que mesmo assim, tenha apontado para a importância da iniciativa pessoal e de uma força para a mudança que parte de nós mesmas. Uma coisa que tenho pensado nos últimos dias é que as amizades – mesmo aquelas virtuais, estabelecidas através dos grupos de cacheadas no facebook – têm feito muita diferença pra muitas mulheres. Fortalecer a própria autoestima e esses laços é um modo muito interessante de passar pelo processo de transição.
Abraços, obrigada pelo comentário!
Gilmara Carvalho
16 de junho de 2015 at 09:13
Bem… Tenho um sério problema de autoestima e isso está me afetando profundamente nesse processo de transição. Meu medo de que meu marido vai me achar feia me agride por dentro, estou realmente muito insegura. Porém, mesmo com toda insegurança, tomei coragem e, primeiro tirei as luzes escurecendo os cabelos loiros, depois resolvi assumir meus cachos. Quando conheci meu marido eu era loira e alisada. Agora decidi ter cabelos naturais, sem química, e tenho medo da rejeição. Meu processo de transição é bem recente, bem mesmo… começou em março deste ano e meu cabelo só tem 2 ou 3 dedos de raiz crescida. Me olho no espelho e fico pensativa num misto de satisfação e rejeição… Confusa ao extremo, vou seguindo um dia após o outro mas ainda sem saber lidar com essa situação. Pergunto se existe uma forma de retirar os produtos das escovas progressivas sem cortar o cabelo? Meu marido já me disse que se eu cortar o cabelo ele me interna como louca e outra vez me disse que se não gostasse se separava na hora. Depois vem com aquela de “tava só brincando” que já vi no texto que não rola… Me ajuda!!! Desde já agradeço por você existir e por ser um exemplo a seguir! Beijo grande!!!!
Maressa De Sousa
17 de junho de 2015 at 10:12
Oi Gilmara, tudo bem?
Muito obrigada pelo carinho e por contar um pouquinho da sua história. Sobre a necessidade do corte, posso te dizer o seguinte: muitas mulheres passam pela transição capilar rapidamente porque cortam o cabelo em poucos meses. Outras enfrentam o mesmo problema de insegurança que você está experimentando e deixam o cabelo crescer bastante, até alcançar um tamanho razoável pra cortar. Se você está receosa, minha sugestão é que não corte agora. Para realmente retirar todas as partes alisadas, você precisará cortar as pontas em algum momento, mas não precisa ser tão cedo e nem precisa ser um corte radical. Você pode ir hidratando e nutrindo o cabelo para incentivar o fortalecimento e crescimento dos fios. Vez em quando, tira só umas poucas pontinhas mesmo. Quando a parte cacheada e natural estiver grande o suficiente você corta. Para disfarçar a diferença de texturas (metade cacheado, metade liso), sugiro que você experimente algumas texturizações. Veja algumas sugestões aqui:
1- http://cacheia.com/2013/12/texturizacao-s-o-s-transicao/
2- http://cacheia.com/2015/01/as-melhores-texturizacoes-para-tipo-4/
Outro meio para passar pela transição, que não recomendo mas que sei que muitas mulheres fazem é interromper o uso de químicas mas escovar o cabelo ou usar babyliss. Nesse caso, os cuidados são maiores porque você estará expondo o cabelo a muito calor. Particularmente, acho que passar pela transição e acompanhar o crescimento dos fios é um processo muito bom porque te ajudar a conhecer a sua textura capilar e aprender a lidar com ela. De todo modo, essa é uma escolha que você deve fazer. Vou te enviar algumas sugestões que podem te ajudar nesse começo de transição:
1- http://cacheia.com/2015/01/passo-a-passo-para-quem-quer-assumir-o-cabelo-crespo/
2- http://cacheia.com/2014/09/como-sobreviver-a-transicao-capilar/
3- http://cacheia.com/2015/03/duas-texturas-sos-transicao/
4- http://cacheia.com/2013/12/8-dicas-para-estimular-o-crescimento/
Abraços!
Adriana Ninha
16 de junho de 2015 at 11:12
Olá!
Para mim a transição ocorreu primeiro para o liso e foi sem querer, minha família baiana e preta sempre gostou do natural, tranças e afins… Mas a adolescência chegou, estudar fora, sair cedo, chegar tarde e por fim decidi “soltar” os cachos e “facilitar” a rotina. Mas meu cabelo é muito fino e com o tempo foi ficando liso… Muito liso, comprido e bonito (gastava bastante para mantê-lo saudável)… Até que comecei a não me reconhecer… Cortei na altura do pescoço, mas continuava sem cachos… Parei de relaxar por 6 meses… Efeito capacete… Daí em Maio de 2012 (dia das mães), fui tentar fazer enraizadas e ficaram horríveis, não tinha corpo, volume zero (eu mesma faço as tranças). Daí olhei bem na minha cara e disse: – Oxi! Mas isso vai mudar é agora!!! Cortei! Assim que terminei chegaram meu pai e meu irmão. Ficaram estupefatos… Tocaram, me apoiaram e lá fui eu ser feliz!
Já tive muitas fases, canecalon, texturizado, curtinho, longo e liso… Ainda bem que fui agraciada por uma comunidade que valoriza a pessoa em detrimento a outras coisas, cultivamos o bem estar pessoal e grupal. Hoje posso dizer que continuo feliz com meu visual e com meu companheiro. Nos conhecemos no período de transição… Estar com alguém deve ir muito além do aspecto físico sim, mas daí a se sujeitar a mudar o modo de ver a si mesm@ e se gostar para agradar a quem quer que seja é de doer.
Diga não! Ame-se! É a melhor maneira de atrair.
Maressa De Sousa
17 de junho de 2015 at 09:50
Oi Adriana, tudo bem?
Você é baiana também? Sou baiana de Teixeira de Freitas <3
Acho que o que você falou faz todo sentido. Quando a gente se ama do jeito que é, se cuida mais, sorri mais e atrai muita energia boa pra gente. Acho que nesse processo, a gente fica mais aberta também pra fazer amizades e conhecer novas pessoas. Além de você, outras mulheres me relataram que conheceram seus companheiros durante a transição. Claro que pode ser uma questão de coincidência, mas eu tendo a pensar que tem mais a ver com aquilo que você apontou mesmo. De todo modo, independente de ter um companheiro ou não, a transição é um momento único.
Obrigada pelo comentário!
Abraços!
Kaka
3 de julho de 2015 at 17:01
Olá! Que lindo seu site e que interessante seu texto! Estou passando pela transição capilar, mas para transpor esse período optei pelo uso das front lace wig, uma vez que meu cabelo, após o big chop, ficou sem forma, feio e a autoestima não comportou uma mudança a tal ponto, pois estava acostumada com uma imagem e fiquei muito diferente.
Com o uso das front lace, também, fica mais fácil manter o cabelo ileso de muitas manipulações, lavagens excessivas e etc., e ele fica preservado. Além disso, elas permitem uma mudança de visual instantâneo, mas vêm com o porém de um outro preconceito: o uso de peruca!
Não importa se a prótese é perfeita e a maioria sequer e capaz de notar que não é o cabelo natural – já que a tecnologia com a qual são feitas hoje as torna muito semelhantes ao cabelo e couro cabeludo humano -, quando ficam sabendo que é peruca as pessoas chegam a se sentir superiores porque seu cabelo é “de verdade” e o do outro não.
Enfim, para algumas pessoas cuja cabeça deve servir mesmo apenas para carregar o cabelo, tudo é motivo para achar-se melhor que o outro: ou porque o cabelo é liso, ou porque é “de branco”, ou porque e natural (mesmo que em algumas vezes não seja nem mais bonito, nem mais bem cuidado que os demais).
Acredito total e plenamente na liberdade de colocar pra fora da cabeça aquilo que lhe faz sentir bem e de acordo com sua identidade, seja liso, crespo, natural, peruca. Toda ditadura de beleza é cruel, dolorida, quando vem da sociedade, das família, e de um companheiro amoroso então! Mas a pior é a que vem de nós mesmos. Essa liberdade de ser como se é precisa vir de dentro, mesmo que essa afirmação diante das situações cotidianas nem sempre seja fácil.
Ah! E voltando ao ponto do tópico: meu noivo sempre me apoiou a ficar bem, mas ainda não viu meu cabelo na transição, pois não costumo tirar a lace todos os dias. Mas ele torce por meu cachos, e já vi que vai adorar quando ver que meu cabelo vai combinar com o dele (que é cacheadinho também!!!).
Um beeeeeijo!!!!
Maressa De Sousa
8 de julho de 2015 at 11:47
Que maneira interessante de passar por pela transição Kaka, muito legal! Essas perucas são super bonitas e bem feitas! Eu conheci elas através de um vídeo de uma vlogueira que acompanho e gostei demais da ideia! (Só não gostei do preço rs)
Eu imagino que deva existir muito preconceito com relação ao uso de perucas, especialmente entre as mulheres mais jovens. Mas acredito que usar uma peruca é mais uma maneira de ser feliz e aproveitar as possibilidades. Algumas pessoas usam por necessidade, porque perderem seus cabelos ou nasceram sem. E outras usam por uma questão estética, pra mudar o visual, e até pra se transformar sem ter que danificar os próprios fios. Se é pra ser feliz, tudo é válido :D Muita força na transição e saúde para os seus cachinhos! Obrigada pelo comentário, gostei muito das colocações.
Abraços, boa semana!
ALINE SANTOS
11 de outubro de 2015 at 23:05
Estou firme na ideia de fazer a transição (último retoque de alisamento em julho e decisão tomada no começo de agosto) e meu problema nem é com meu namorado, a quem não vejo tanto porque mora em outra cidade e trabalha mais que eu. A ele apenas perguntei se me apoiava. O problema é não conseguir contar pro retrocesso aqui em casa que estou em transição, por não querer ouvir ironias do tipo “seu cabelo vai ficar lindo” sem revidar. Sério, já me vieram perguntar de forma nada delicada “você vai fazer o que com seu cabelo?”, dizer pra eu “dar prancha”, que eu “deveria fazer uma escova”, isso porque estou só lavando e hidratando e por vezes simplesmente prendo num rabo de cavalo, com a frente aparentando o natural mas as pontas lisas pra p….
Bom, é isso, foi mais um desabafo que um comentário sobre o assunto do post.
Maressa De Sousa
21 de outubro de 2015 at 20:14
Oi Aline, tudo bem? Pode desabafar a vontade rs
Essa resistência acontece a princípio e é um processo de desconstrução enorme mas não desanima não, vai dar tudo certo! Para a maioria dos casos, o diálogo é a melhor solução :)
Abraços!
Lete Santos
23 de outubro de 2015 at 04:45
Entrei em transição sem saber o que era. Havia relaxado o cabelo em Dezembro passado e ao contrário das outras vezes não fiquei feliz com o resultado. Na verdade nunca gostei de alisar, sentia-me prisioneira. Enfim ficar vários dias sem lavar cabelo para manter escova é terrível, dormir de touca convenhamos não é nada agradável e fugir da umidade seja onde for e de outros fenômenos da natureza não é nada fácil. Passado os três meses, raiz já gritando socorro deu preguiça de marcar hora com a cabeleireira e usando a gravidez como desculpa (descobri a gravidez dias após o relaxamento) não fui retocar a raiz apesar dos conselhos de pessoas de minha convivência para ir fazer isso, afinal não podia ir parir com o cabelo feio. Pois fui. E nos meses que se seguiram meu único cuidado com o cabelo se resumia a lavar e secar ao natural. Cabelo começou a quebrar e a cair, estava horrível ainda assim não queria relaxar. Três meses após o nascimento do meu filho descubro mensagens entre meu marido e uma ex. Entramos em crise que quase culminou em uma separação. No entanto repensei, após muita conversa decidimos passar uma borracha no assunto e viver em paz. No entanto minha auto estima estava no chão, Sei do meu valor enquanto é pessoa e mulher mas vivendo em uma sociedade onde aparência Vale mais do que caráter quem não fica insegura? E a tal ex é muito bonita além de mais jovem é dona de uma cabeleira (alisada) longa e meu marido como Boa parte dos homens gosta de cabelão. Entrei na neura de precisar alisar o cabelo e sentir-me mais bonita, quando uma amiga enviou-me um link de uma postagem do blog Coisas de uma cacheada da Gil Viana. Engraçado que nunca abro esses links mas dessa vez decidi ver o que era. E deparei-me com a receita da hidratação de maizena e ela citou a técnica no/low poo. Como eu não sabia o que era fui pesquisar. Foi quando encontrei esse blog, fui lendo os textos e ficando entusiasmada com a possibilidade em cuidar do meu cabelo como ele é. Só ai vim saber que estava em transição. Isso foi mais ou menos no dia 26 de Setembro. Minha ideia era esperar até Dezembro e fazer o bc. Comecei a fazer o Cronograma capilar e junto a ele as tecturizações. Quando via o cabelo natural reagir bem á texturização e a parte alisada não batia um desânimo. Comecei a cortar o cabelo em casa. Então percebi que não dava para esperar até dezembro e decidi cortar. Conversei com meu marido a respeito e ele claro não gostou da ideia de cortar o cabelo. Nunca vi alguém arrumar tanto argumento para evitar um corte de cabelo e eu sempre rebatendo. Por fim ele deu-Se por vencido e eu quase desisti da transição do corte. Ai assistindo tevê, apareceu a Lucy Ramos e ele perguntou se meu cabelo ia ficar daquele jeito quando crescesse fui sincera e disse que não (sou tipo 4b) e mostrei algumas fotos salvas no celular. Ele olhou e ficou em silêncio. Fiquei triste e não voltei a tocar no assunto. Com as minhas tesouradas o cabelo ficou com um comprimento estranho fui acertar. Conversei com a cabeleireira, mostrei fotos e ela começou o corte mas errou. Resultado pedi para ela cortar todo. Fiz isso com raiva por que não era o que eu queria, ela ainda ofereceu uma escova. Mas recusei-me estava com tanto ódio. Paguei o corte, comprei uma touca e coloquei na cabeça. Não tinha intenção de revelar que havia cortado o cabelo ia esconder o quanto pudesse. Porém meu filho de seis anos havia ido comigo ao salão e acabou revelando ao pai que meu cabelo estava curto. Meu marido pediu pra ver e eu não deixei de imediato. Por fim decidi mostrar e para minha surpresa Ele disse que havia gostado. Fiquei aliviada, porém desconfiada se ele estava sendo sincero comigo ou se afirmou isso para me colocar para cima. No entanto ele foi fazer um serviço com o marido da cabeleireira que havia cortado meu cabelo e conversando com ela elogiou o trabalho dela e disse que eu estava ainda mais bonita. Claro que isso incentivou-me ainda mais a cuidar do meu crespinho. Como faço muita receita caseira, outro dia comentei que queria comprar óleo de Coco má que só achava o mineral e eu queria o vegetal extraído do fruto. Sem dizer nada ele encomendou o óleo a uns conhecidos dele que moram na zona rural e me deu. Fiquei super feliz pq essa atitude demonstra que ele aceitou a minha decisão em ser natural. E se meu companheiro aceita pq permitirei que outras pessoas critiquem-me? Fácil não é, mas com coragem e firmeza vamos conquistando o nosso lugar e blogs como esse, páginas no face e perfis no insta mostra que isso não está longe. Beijos e esse blog é maravilhoso. Parabéns ás cacheadas e crespos que o mantém.
Maressa De Sousa
31 de outubro de 2015 at 08:40
Aiii que relato reconfortante <3 Muito obrigada por compartilhar com a gente Lete! Que você continue cuidando e amando seu cabelo natural e se sentindo cada vez mais forte e bonita! Muito obrigada pelo carinho!
Magna
29 de dezembro de 2015 at 08:13
Oi meninas! Muito bom ler o relato de cada uma.
Vou contar um pouco sobre minha mudança. Desde o começo do ano vinha conversando com meu marido sobre minha vontade de parar com a progressiva e ele sempre apoiando, pois quero ter um baby. Mas em junho não resisti e fiz, nesse dia tive uma alergia respiratória, não morri por misericórdia de Deus! Fiquei 1 mês sem trabalhar, queimaram minhas vias respiratórias, minha voz ficou rouca, fiquei internada,uma experiência muito dolorosa, mas apreendi muito! E me sinto grata pela nova oportunidade de vida! Então como não conseguia sentir o cheiro no cabelo cortei ele bem curto e retirei toda química!
Meu marido e minha família me apoiaram todo tempo, alguns comentários de pessoas como do tipo ” o que fez com seu cabelo” eu tento não ligar.
Não é fácil levantar e ter aquele trabalho todos os dias, e também hidratar, enfim todos os cuidados, que um cabelo liso no precisa.
Mas estou feliz com o resultado, sou eu novamente!
E não importa o que digam! Serei uma cacheada feliz!
Bjos
Priscilla
20 de setembro de 2021 at 12:13
Muito obrigada por compartilhar sua experiência. Estou há 7 meses em transição. E essa semana está sendo muito dificil. Tenho um casamento de 17 anos, duas filhas…e acredito que ele não entende muito bem o que está sendo esse processo pra mim. Fui em busca de textos sobre o assunto e achei o seu. Adorei, me trouxe um conforto. Bjs