Entre as coisas que vocês, leitoras e leitores da página precisam saber sobre o blog talvez uma das mais importantes é que o Cacheia é feminista! As meninas que escrevem para esse blog são feministas e quem acompanha o blog há mais tempo sabe que essa postura se reflete em todos as nossas postagens. Mas nesse cenário recente quando se fala em feminismo muita gente torce o nariz e se prepara para lançar as pedras mesmo sem saber muita coisa sobre o assunto. Depois de uma postagem sobre feminismo que fizemos lá no Facebook, ficou bem claro que certas ideias estão muito vivas no imaginário das pessoas como a crença de que “feminismo é o oposto de machismo”. Então bora tentar debater sobre isso aí minha gente? Tudo no amor e na calma belezinha?
O que é feminismo?
Vamos começar do começo. Falando em termos bem genéricos, o feminismo é um movimento político, social e filosófico que defende a igualdade entre homens e mulheres. Mas o feminismo é mais do que isso: é um movimento que constrói teoria comprometida com a prática. Isso significa que o feminismo está voltado para a construção de conhecimento – inclusive acadêmico – mas busca também incorporar o conhecimento e as críticas feministas à vida cotidiana. A ideia não é encerrar o debate nos textões de Facebook ou num post como esse por exemplo. É efetivamente construir um outro horizonte de possibilidades através das nossas práticas.
A frase clássica do feminismo que diz “O pessoal é político”, cuja autoria é de Carol Hanisch pode ser um ponto de partida pra entender o início do debate feminista. No mundo ocidental há uma divisão entre coisas que pertencem ao mundo “público” e coisas que pertencem ao “privado”. O espaço público é a rua, é onde está a economia, o trabalho, o debate político e adivinhem? também os homens. O privado por sua vez é a casa, o espaço da família. As mulheres são frequentemente identificadas como pertencentes ao espaço privado que é o lugar do cuidado, do trabalho não remunerado, da ausência de participação política. Boa parte dos primeiros debates feministas se dedicaram principalmente à essa divisão público x privado e suas implicações já que muitas mulheres não podiam trabalhar e não tinham direito ao voto por exemplo.
Mas mesmo depois da conquista do direito ao voto e do avanço das mulheres rumo aos postos de trabalho essa discussão continua contemporânea. O ditado popular que diz “em briga de marido e mulher não se mete a colher” demonstra que essa crença de que há um espaço privado da família e das relações amorosas que deve ser mantido intacto e que não deve ser debatido ou receber interferência. Muitas mulheres que sofrem violência doméstica por vezes não são socorridas porque as pessoas acreditam nisso. Em vários casos divulgados de estupro são frequentes os comentários que afirmam que se aquela mulher estivesse em casa nada teria ocorrido. Essa afirmação não só atribui às mulheres o espaço privado – da casa – como informa que o espaço público é perigoso e só o espaço privado oferece proteção. O que sabemos se tratar de uma falácia em diversos casos.
Outro problema que perpassa essa divisão público x privado é a invisibilidade do trabalho feminino. As tarefas domésticas e o cuidado com os filhos foram delegadas às mulheres mas essas atividades não são remuneradas tampouco valorizadas. Há uma parcela da teoria feminista que têm se dedicado a pensar esse assunto, considerando a importância do trabalho das mulheres para a reprodução da vida e para a economia. Na verdade, mesmo que a gente volte nosso foco para o trabalho das mulheres no espaço público dá pra notar que uma série de contribuições das mulheres para a ciência, para a literatura, para a economia e a política são completamente ignoradas. Nos livros didáticos a impressão que se tem é que a história foi toda feita por homens. Não é verdade.
Essa divisão que atribuiu às mulheres o âmbito doméstico é tratada pela teoria feminista como divisão sexual do trabalho e uma das implicações é o acúmulo de tarefas: mesmo quando as mulheres alcançam o chamado espaço público, continuam acumulando funções do espaço privado. Isso faz com que várias mulheres exerçam jornadas duplas, até triplas: trabalhar, cuidar dos filhos, do marido, estudar, etc. O acúmulo de funções não apenas retira as possibilidades de acesso ao lazer e ao cuidado de si como mina também possibilidades de participação política. Como as mulheres podem participar de um debate político em sua comunidade se ele acontecer bem no horário que elas vão buscar os filhos na escola? Diante desse exemplo simples fica muito claro que a ideia de que as mulheres não participam da política porque não querem ou não gostam é no mínimo duvidosa.
O feminismo um é leque inteiro de discussões que vão passar pela economia, pela política, pela justiça, pelas relações familiares, relações de produção, etc. E isso nos leva ao próximo ponto dessa postagem, mas antes de prosseguir vale a pena dizer algumas coisas que podem parecer óbvias pra muitas de nós, mas moram no imaginário das pessoas:
Ser feminista não é odiar os homens: particularmente acredito que não é possível pensar nesse novo horizonte que busca superar as desigualdades entre homens e mulheres sem o apoio dos homens. Não vamos cavar no subterrâneo e construir uma sociedade nova sem homens. É importante que os homens participem desse debate, sem minar a possibilidade de protagonismo das mulheres.
Ser feminista não é querer ser melhor que os homens: a luta feminista não é para que mulheres exerçam poder sobre os homens, invertendo a equação. A luta é pelo fim da discriminação de gênero.
É possível ser mãe e dona de casa e ser feminista: o feminismo é sobre possibilidades de escolha também. Ser feminista não te impede de casar, construir uma família, ser mãe, etc. O ponto é garantir que as mulheres não sejam podadas de ser o que quiserem ser, que tenham iguais oportunidades de acesso a direitos.
Feminismo ou Feminismos?
O feminismo reúne muitas correntes diferentes: feminismo negro, feminismo radical, feminismo indígena, feminismo cristão, feminismo anarquista, feminismo decolonial, etc; e cada uma dessas correntes marcam posturas e respostas muito diferentes diante de determinadas questões. Exatamente por isso talvez seja mais interessante falar da existência de “feminismos” ao invés de um “feminismo” único, “o feminismo”.
Quando falamos em feminismo na cabeça de muita gente já pisca aquela luzinha sobre a questão do aborto – aquela que mais causa polêmica e que frequentemente é acionada nas posições “antifeministas”. Conforme já dito acima existem diversas correntes no feminismo e as posturas críticas frente à questão do aborto são muito diversas. Definitivamente as feministas não são todas iguais! Meu objetivo aqui não é discutir diretamente o assunto porque acho que é uma questão que precisa de um debate mais profundo já que não se trata apenas de um debate sobre direitos sexuais mas sobre saúde pública. A ideia é destacar que a legalização do aborto é sim pauta de várias feministas mas o feminismo não se encerra por aí.
Os debates feministas passam pela esfera política e apontam para o problema de representação das mulheres que hoje são maioria da população mas são minoria nos cargos políticos, fazem uma crítica ampla à economia capitalista que criou um ritmo de produção alucinante visando lucro e que exclui populações inteiras do acesso a uma vida de qualidade. Algumas feministas falam inclusive do “bem-viver”, um conceito adotado pelo feminismo negro e feminismo indígena e que é fim a ser alcançado e também um meio para superação do cenário de desigualdades econômicas e sociais e devastação ambiental capitalista.
É no contexto capitalista que o corpo das mulheres é explorado, recortado, e vendido como mercadoria, desumanizando as mulheres e abrindo espaço para a violência. Assim, é pauta dos debates feministas a exploração sexual das mulheres, a luta contra a cultura do estupro, a luta contra a hipersexualização do corpo das mulheres negras (debate puxado principalmente pelo feminismo negro), etc.
As teorias decoloniais também tem sido incorporadas nos debates feministas. Essas teorias tem como horizonte a América Latina e se propõem a pensar impactos da colonização nos países latino-americanos: por que nosso Estado é composto em sua maioria por homens? Por que os conflitos por terra são tão fortes? Por que o racismo é problema institucional? As teorias decoloniais estão em busca de um horizonte de emancipação. Isto é, estão buscando outras formas de pensamento e produção de conhecimento.
O feminismo negro têm contribuído para a construção de uma perspectiva interseccional que leva em conta as diversas facetas das opressão existentes. Não há uma mulher universal. Somos muito diversas e temos desafios e demandas diferentes. Sendo assim, o feminismo precisa considerar questões de gênero, classe, raça, geracionais, etc.
Enfim! Não vou conseguir sintetizar a diversidade que é esse campo de discussões, mas espero ter demonstrado que tem muita coisa pra gente falar e que o feminismo não é dispensável: serve pra pensar problemas e conceitos essenciais!
Ditadura Feminista?
Então tá bom, vimos até aqui que as feministas não são todas iguais, não pensam todas da mesma maneira e isso é ótimo. Quando estamos falamos de feminismo a ideia não é construir um “pacote completo” que todas as mulheres têm que comprar e concordar, mas fomentar o debate pra lidar com tantos problemas que nos afligem todos os dias de maneiras diferentes. É nesse sentido que um dos maiores desafios do feminismo é justamente conseguir ouvir as demandas e perspectivas das mulheres: as operárias, as mães, as indígenas, as camponesas, as cristãs, as mulheres trans, as mulheres da periferia, as mulheres de classe média, etc.
Nem sempre isso consegue ser feito, infelizmente. O feminismo não está isento de críticas. Algumas vezes esses debates podem sim se tornar bastante exclusivistas e deixar uma série de discussões importantes de fora. Ôh se deixam! Mas eu sou brasileira e não desisto nunca né minhas amigas? Porque se por um lado algumas posturas e rumos de luta política tomam caminhos não muito interessante sob certo ponto de vista, por outro as pequenas conquistas diárias chegam pra dar aquele respiro.
Contra o feminismo muitas pessoas dirão: “não queremos trocar a ditadura do machismo pela ditadura do feminismo”. Calma calma gente! Acho que a ideia definitivamente não é estabelecer uma ditadura. Aliás, o uso banalizado do termo “ditadura” é muito perigoso. Não estamos nem perto de um momento em que as ideias feministas são plenamente debatidas. Se estivéssemos, o caso recente de um estupro coletivo brutal não seria interpretado por vários homens e mulheres como justificável porque a moça estava vestida de certa forma e frequentando um certo lugar.
Feminismo não é o contrário de machismo. Machismo se refere a um conjunto de práticas e ideias que propiciam que as mulheres ocupem uma posição de desigualdade em relação aos homens e sofram com esse sistema de dominação masculina. Na prática, o machismo pode ser visto quando a capacidade de mulheres participarem da política ou ocuparem determinados cargos é questionada porque elas são mulheres, quando as mulheres que sofrem violência doméstica não são defendidas porque “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, quando as mulheres são mortas porque seus companheiros acreditam que elas pertencem a eles, quando meninas são assediadas por homens na rua e chamadas de “novinhas” e as pessoas ignoram ou acham que é “instinto do homem”, quando jovens crescem assistindo vídeos pornográficos onde o estupro de crianças, mulheres e adolescentes é simulado, quando a sexualidade das mulheres é negada e reprimida (alguns homens acreditam que mulheres não são capazes de ter orgasmo!), enfim, tanta coisa que não dá pra listar.
O feminismo de um modo geral defende a igualdade entre homens e mulheres. Na prática ele se refletiu na conquista do direito ao voto, na ampliação de vários direitos na Constituição como as cotas na política, licença maternidade, lei Maria da Penha, incorporação do Feminicídio no código penal, etc. Ainda existem várias pautas feministas que ainda não foram incorporadas ao debate público porque existe uma queda de braço com vários outros setores. E nem preciso dizer que a posição das mulheres feministas é de desvantagem em relação a esses grupos. Portanto, estamos beeeem longe de uma “ditadura feminista” e esse não é o objetivo.
Ditadura é uma forma de governo autoritário onde uma pessoa ou um grupo muito restrito toma o poder para si e cassa os direitos da população. Contra esse poder ditatorial não se pode questionar porque o exercício da violência é uma das formas de controle das ditaduras. Definitavemente a meu ver, não é esse o caminho que o debate feminista pretende seguir.
Alguns dados sobre o a situação das mulheres no Brasil
- Conforme o Censo 2010 o Brasil tem 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens.
- O Mapa da Violência edição de 2015 mostra que, entre 1980 e 2013, 106 mil mulheres morreram vítimas de homicídio. Em 1980, 1.353 mulheres foram assassinadas, o correspondente a 2,3 mulheres para cada grupo de 100 mil habitantes. Já em 2013, 4.762 foram mortas num número que fez a taxa subir para 4,8 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
- Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil teve 47,6 mil casos de estupros registrados em 2014. A taxa é de 1 estupro a cada 11 minutos.
- 26% dos entrevistados pelo Ipea em pesquisa feita em 2013 e divulgada em 2014 concordam total ou parcialmente com a afirmação de que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. No entanto, 58,5% concordam total ou parcialmente com a afirmação que “Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. Fonte: BBC
- A mesma pesquisa do Ipea, citada anteriormente e feita a partir de dados de 2011 do Sinan, estima que no mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil e que, destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia. Os registros do Sinan demonstram que 89% das vítimas são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e adolescentes.Fonte: BBC
- A aplicação da Lei Maria da Penha fez com que fossem distribuídos 685.905 procedimentos, realizadas 304.696 audiências, efetuadas 26.416 prisões em flagrante e 4.146 prisões preventivas, entre 2006 e 2011 segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
- Em 1997, a Lei das Eleições (Lei n° 9.504/1997) passou a prever a reserva de vagas para a participação feminina nos cargos proporcionais – deputado federal, estadual e distrital e vereador. Em 2009, com a sanção da Lei n° 12.034 (a primeira minirreforma eleitoral), essa participação passou a ser obrigatória. O novo texto, que consta do parágrafo 3º do art. 10 da Lei 9.504, estipula que sejam preenchidas (e não apenas reservadas) “as candidaturas com o mínimo de 30% e o máximo de 70% de cada sexo”. Fonte: TSE
- Em 2014 o TSE registrou 18.038 candidaturas políticas masculinas nas eleições e 8.125 candidaturas femininas. Entre os candidatos eleitos foram 13 governadores e nenhuma governadora. 22 senadores e 5 senadoras. 462 deputados federais e 51 deputadas federais. 921 deputados estaduais e 114 deputadas estaduais . 19 deputados distritais e 5 deputadas distritais.
- Uma pesquisa que compara dados de 2004- 2014 do Ipea mostrou que os homens continuam ganhando mais do que as mulheres (em média, R$ 1.831, contra R$ 1.288, em 2014), e os homens brancos ganham ainda mais (R$ 2.393, em 2014). As mulheres negras seguem na base, com renda de R$ 946 no mesmo ano.
- O trabalho doméstico continua sendo um dos líderes entre os postos ocupados por mulheres, concentrando 14% da população feminina, ou 5,9 milhões. As mulheres negras são maioria entre as trabalhadoras domésticas: 17,7%, contra 10% das brancas.
- Uma análise no Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) demonstra crescimento da participação das mulheres principalmente nas atividades de administração pública (210.612 empregos), restaurantes (54.398), atividades de atendimento hospitalar (51.410), limpeza em prédios e em domicílios (50.214) e comércio varejista especializado em eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo (44.767). Até no setor de transporte rodoviário de carga, atividade tradicionalmente masculina, houve crescimento no saldo de emprego de mulheres (11.768 postos). Outro setor onde a participação da mulher evoluiu no período foi a construção civil, principalmente em atividades como Construção de estações e redes de telecomunicações, onde a participação feminina passou de 12,96% em 2010 para 13,68% em 2011; Perfuração e construção de poços de água que passou de 11,75% para 12,31%; e ainda na Montagem e instalação de sistema e equipamentos de iluminação e sinalização em vias públicas, postos e aeroportos atividade onde a participação feminina passou de 14,14% em 2010 para 14,36% em 2011. Fonte: Portal Brasil
Blog Comments
Marina Menezes
28 de maio de 2016 at 10:42
Onde que eu clico pra curtir mil vezes? Por isso que amo o Cacheia, não só ensina a gente a tratar dos nossos cachinhos como torna a gente mais consciente de questões políticas e sociais. Obrigada meninas!
Só uma observação que gostaria de fazer, sobre o segundo tópico nos dados do Brasil: muita gente fala que morrem mais homens que mulheres no Brasil. Verdade. Mas as mulheres morrem porque são mulheres, enquanto homens se envolvem em acidentes de transito, brigas, tráfico, etc. etc. Nenhum homem morre simplesmente por ser homem, como acontece com as mulheres.
E sobre a participação feminina na história, outro dia vi um comentário de um cara babaca no YT falando que as mulheres deveriam “agradecer” por ter direitos sociais, uma vez que o mundo “é feito por homens” e que a gente é que “está tentando se meter onde não fomos chamadas”. Achei um absurdo, mas não tinha argumentos pra defender porque não tinha muito conhecimento do assunto. Comecei a prestar mais atenção nas mulheres da história, e descobri que o Wifi, o GPS, o primeiro algoritmo de programação e mais um monte de coisas de informática foram criadas por mulheres. Não achei o cara pra dar essa resposta, mas não fossem essas mulheres, nem possibilidade de deixar um comentário escroto desses ele teria. Essa postura do cara reflete bem essa coisa de ocultar o que as mulheres fizeram para a humanidade ao longo da história, nos livros só temos homens, só temos conhecimento de invenções criadas por homens, criamos museus e damos nomes para cidades de homens, mas as mulheres todo mundo finge que nunca fizeram nada. Quando se pensa em uma mulher famosa, sempre vem a cabeça alguma mulher que foi exemplo de “bondade” e “caridade” que são características socialmente mais valorizadas para o feminino (tipo a Madre Teresa de Calcutá).
Maressa De Sousa
28 de maio de 2016 at 11:47
Muito obrigada pela contribuição Marina! Sua observação é super importante e é um dos motivos pelos quais o Feminicídio entrou para o código penal: muitas mulheres morrem porque são mulheres, é violência de gênero! Sobre a contribuição das mulheres para a história tem uma página interessante no Face, “As Mina na História”: https://www.facebook.com/asminasnahistoria/
Abraços!
Ingrid
29 de maio de 2016 at 12:23
Adorei esse post. É muito vergonhoso que em pleno século 21 ainda exista um grande número de homens e mulheres machistas, que ‘defendem’ um modelo social onde a mulher tem que ficar em casa, não pode usar determinadas roupas ou frequentar certos lugares…
Outro dia vi um post no instagram onde uma mulher respondia as pessoas que diziam que se a menina vítima do estupro estivesse em casa nada teria acontecido. No post ela fez uma colagem com manchetes de notícias de mulheres – dentre elas uma idosa – que foram estupradas dentro de casa, por estranhos e parentes.
Obrigada por trazerem um texto tão rico sobre um assunto necessário e polêmico que, infelizmente, ainda é um tabu. Fico muito contente em ver (e participar como leitora de) um projeto tão bacana que é o Cacheia, que, além de ajudar mulheres em sua aceitação e autoestima, enriquece nosso conhecimento político, social, histórico e cultural.
Marluce
29 de maio de 2016 at 15:53
Nossa que post maravilhosa, informativo amei e sem contar que foi feito por uma jovem de apenas 21 anos, sempre que se fala de Feminismo nos olhares de algumas pessoas e não só dos homens acham que Feminismo e um movimento de lésbicas de mulher que não si cuida ou de quem não sabe é não intendi a causa. .E como mostrar no post Feminismo não é isso e estar longe de ser Feminismo e a busca e o resgate de direito iguais independente do sexo, idade e condição social.
luci
1 de junho de 2016 at 23:01
Arrasou miga!! Parabéns pelo post, ficou incrível.Confesso que a dois meses atrás não sabia muita coisa sobre o feminismo. Conversando com minhas colegas de faculdade o tema foi abordado e vi que não sabia nada além do senso comum. Inicialmente, me senti envergonhada, desde então venho pesquisando sobre o assunto que é tão amplo e me faz refletir o quanto é difícil ser mulher, vivemos cercada pelo medo da violência e o pior,essa violência pode ser resultado de algo que “procuramos” simplesmente por estarmos em determinado local ou vestindo algo considerado provocante . Enfim… Acredito que o feminismo é o grito de todas as mulheres que desejam ser vistas com igualdade, como está na nossa lei, princípio também da Revolução Francesa. Não queremos nada além do que é nosso direito como cidadãs,que se desdobram em dupla jornadas para conseguir a realização na vida pessoal e profissional, recebendo salários inferiores aos dos homens que exercem o mesmo cargo. Vcs me ajudaram muito durante o meu período de transição e principalmente a me aceitar como eu sou. Obrigada!! *_*
Beijos de luz
Rebeca Mendes
2 de junho de 2016 at 09:44
Não concordo com o feminismo, e confesso que fiquei um pouco desapontada. Mas, respeito o posicionamento do blog e continuarem a acompanhá-lo. Abraços.
Ana Catarina
10 de junho de 2016 at 16:26
Você não concorda com igualdade de gêneros, Rebeca? Como não?!
Lili
29 de junho de 2016 at 12:27
Eu fico entre o meio termo tem muita coisa do feminismo que concordo e muita coisa mesmo que discordo!! Não sei como vou expressar isso mas pra quem não tem muito conhecimento do feminismo, quando pensa nesse assunto é refletido a mulheres que andam todas peludas, mulheres que cagaram no meio da praça pública em forma de protesto (e na minha humilde opinião isso não é um protesto nenhum pouco favorável), mulheres barraqueiras, porque é esse exemplo que muitas adeptas tem demonstrado a sociedade, o que tenho presenciado de páginas FEMINISTAS e ANTI FEMINISTAS tentando impor cada uma o seu ideal se torna contraditório os dois movimentos!! Eu acredito que cada mulher é livre pra ser quem ela quer ser, seja ela uma dona de casa ou seja uma mulher que tem sua profissão no mercado de trabalho! O que está faltando nos dois movimentos é RESPEITO!! Respeitem quem opta se dedicar aos serviços domésticos e também respeitem quem deseja crescer profissionalmente, estudar, desempenhar seu papel na política!!
Mariana
16 de fevereiro de 2017 at 13:05
Oi,Lili! Tudo bem?
O feminismo defende que a mulher pode ser o que ela quiser. Dona de casa, trabalhar fora, ser mãe, não ser mãe. A escolha é nossa.
Essas atitudes que acontecem em protestos são para mostrar que o corpo é da mulher e que ela pode fazer o que ela quiser, inclusive ter pêlos embaixo dos braços (o que é um tabu na nossa sociedade).
O feminismo defende apenas direitos iguais para homens e mulheres.
Eu sou feminista, mãe de 2 filhos, tenho marido, trabalho fora, me depilo, faço as unhas, cuido do cabelo, cuido da casa (e meu marido também). Somos o que quisermos!
Beijos!
Conselheiro (a)
19 de agosto de 2016 at 14:58
A responsabilidade que as mulheres estão querendo , não corresponde com a saúde tanto física quanto psicológica.
A politicagem implantada nesse idealismo tende mais a prejudicar as mulheres que ajudar a colocar em pé de igualdade em relação aos homens.
O que a sociedade tem que aprender é dar o respeito a classe feminina.
Em relação a trabalho, no auge dos meus 33 anos, em 3 emprezas que passei homens e mulheres sempre ganhando mesmo salários com funções equivalentes.
O que se está pra acontecer, é uma guerra dos sexos.
E aí, quem perderá, se tratando de guerra?
Imaginemos nós, se o machismo se organizar pra se defender, afinal como vocês mesmo diz , o mundo é machista, pense por esse lado, alguem esta deixando, é do interesse desse machista que vocês escale esse degrau! E depois, como será?
Raysa França
19 de agosto de 2016 at 18:22
Se você tivesse lido o texto, não estaria falando disso. Nunca foi sobre guerra dos sexos.
Quanto à igualdade de salários, isso não se trata da sua experiência pessoal em três empresas, são dados estatísticos.
Um beijo